Recursos Educacionais Abertos (REA), são parte da
tendência para o acesso aberto ao conhecimento. Materiais digitais são
publicados sob licenças livres para a sua produção e distribuição, disponível
online de graça para o público em geral. Sendo utilizado para o uso e re-uso no
ensino, aprendizagem e de pesquisa. Porém, deve notar-se que falar de REA não é
o mesmo que falar de recursos digitais, estas últimas são definidas como todo o
material codificado para ser manipulado por um computador e acessadodo
diretamente ou por acesso electrônico remoto (ISBD[1]
de 1997), e dentro deles encontramos e-books, revistas e bases de dados, entre
outros. A principal diferença é que, ao falar de REA é falado de três
elementos: a educação, a tecnologia e a lei de propriedade intelectual; falar sobre recurso digital apenas se fala
sobre tecnologia. Segundo OLCOS [2],
existem três atributos fundamentais a serem seguidos:
v Que o
acesso ao conteúdo aberto seja oferecido gratuitamente pelas instituições
educacionais, provedores de conteúdo e usuários finais como professores,
estudantes e alunos livres;
v Que o
conteúdo seja licenciado de uma forma generosa para que possa ser re-utilizado
em atividades educacionais e livre de restrições que o impeçam de ser
modificado, combinado e remixado. Consequentemente, esse conteúdo deverá ter um
design ideal para fácil re-uso dentro dos standards e formatos livres que estão
sendo empregados;
v Que os
sistemas e ferramentas usados tenham o código-fonte disponível (i.e. software
livre) e que sejam oferecidas Interfaces de Programação de Aplicativos (APIs
abertas) e autorizações para re-utilizar os serviços Web bem como os recursos
(ex.: RSS para conteúdo educacional)
REA no Ensino Superior
Segundo
dados do Inaf [3] (2011-2012), 38% dos
alunos do ensino superior não dominam habilidades básicas de leitura e escrita.
Segundo a coordenadora-geral da Ação Educativa, Vera Masagão, “o número de
analfabetos só vai diminuir quando houver programas que estimulem a educação
como trampolim para uma maior geração de renda e crescimento professional
“. As TICs em conjunto com os REAs podem
fazer parte deste programa de estímulo. Segundo Maria do Rosário Mortatti,
presidente da Sociedade Brasileira de Alfabetização e professora na Unesp em
Marília, “considera que as TIC têm potencial para a promoção de práticas de
letramento, uma vez que ajuda a dinamizar e tornar mais agradáveis as
atividades de ensinar e aprender e também propicia a compreensão ativa de
alguns usos e funções sociais da leitura e da escrita”. Ainda, segundo Moran[4]: "A motivação dos alunos aumenta significativamente quando realizam pesquisas, onde se possam expressar em formato e códigos mais próximos da sua sensibilidade. Mesmo uma pesquisa escrita, se o aluno pode utilizar o computador, adquire uma nova dimensão e, fundamentalmente, não muda a proposta inicial".
Atualmente,
há uma enorme oferta de recursos educacionais abertos que podem ser
aproveitados para o ensino superior, e que podem ser acessados por qualquer
pessoa em qualquer momento, por meio da internet. A integração dos REAs nos currículos do
ensino superior trará melhoria da qualidade do processo de ensino aprendizagem.
Alguns exemplos de REA
Existem diversos repositórios e projetos REA que podem
ser integrados em ambientes de aprendizagem, como exemplo: Opencourseware Unicamp,
Teca, SciElo, Mit OCW, Khan Academy, Wikipedia, Moodle, Matemática Multimedia, MOOC, Repositórios UFPR/UTFPR...
Alguns
exemplos de software livre: Eclipse (programação em Java e PHP), Edubuntu,
Firefox, Gimp, GNOME, GNU/Linux, NetBeans (Programação em C, C++, Java, Python,
UML e outras), Servidor Apache.
[1] International Standard Bibliographic Description (ISBD): Descrição
Bibliográfica Internacional Normalizada.
[2] Open e-Learning Content
Observatory Services: Programa eLearning
da União Europeia e visa a construção de uma informação (online) e um centro de
observação para promover o conceito, produção e uso de recursos educacionais
abertos, em particular, o conteúdo educacional digital aberto na Europa.
[3] Indicador de Alfabetismo Funcional
[4] MORAN, J. M.- Os meios de comunicação na escola Série Idéias n.9. São Paulo: FDE, 1994
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